Open Banking: meus dados, minhas regras
Por Italo, 22/05/2021, 14:42
Caberá também ao consumidor definir quais dados quer compartilhar, com quais instituições, por qual período e com que finalidade.
Uma das principais ansiedades em relação ao Open Banking está ligada ao consentimento para compartilhar dados. Em todas as apresentações que faço sobre o tema, sempre surge alguém com a dúvida: então meu banco pode mandar meus dados para qualquer empresa?
Claro que não! Calma! O Open Banking está sendo construído para empoderar o consumidor, e não para aumentar seu risco ou exposição. A base do compartilhamento de dados no âmbito do Open Banking é o consentimento. Por isso, cabe exclusivamente ao consumidor definir se quer ou não compartilhar dados. Ou seja, banco nenhum pode compartilhar seus dados, se você não autorizar expressamente.
Características do consentimento no Open Banking
E tem mais características que tornam o consentimento um aliado do consumidor no Open Banking. Caberá também ao consumidor definir quais dados quer compartilhar, com quais instituições, por qual período e com que finalidade. Então, você poderá definir entre os dados passíveis de compartilhamento (a partir de julho, por exemplo, dados cadastrais e transacionais de cartão, conta e empréstimos), quais deles quer compartilhar com determinada instituição.
Por exemplo, você poderá compartilhar seus dados cadastrais do Banco X com o Banco Y, para facilitar um processo de onboarding (cadastro inicial); ou compartilhar seus dados de empréstimos do Banco X com o Banco Y, para que sejam usados para calcular seu limite de crédito naquela instituição. E os bancos que receberam os dados só poderão utilizá-los para a finalidade que você determinou, durante o período que você consentir.
Por padrão, o consentimento (autorização) é de até 12 meses. Mas a qualquer tempo, você pode interrompê-lo. Se desistir de fazer negócios com determinado banco para o qual autorizou o envio de dados, por exemplo, você pode cancelar o compartilhamento daquelas informações para que aquele banco não tenha mais acesso a seus dados financeiros.
E a segurança das informações?
Só você – e ninguém mais – poderá autorizar esse compartilhamento, em ambiente digital, fazendo uso de toda segurança das suas credenciais do banco de origem dos dados (login e senha, por exemplo).
E fique tranquilo. Tudo isso vai acontecer em um ambiente seguro, de forma padronizada e muito transparente para o consumidor. A jornada do consentimento tem sido discutida e desenvolvida pelos participantes do Open Banking, para garantir que o consumidor tenha uma ótima experiência e possa fazer a gestão das suas informações com facilidade.
Entendido? Seus dados, suas regras! Faça bom uso deles!
*Karen Machado é Open Banking Executive Manager do Banco do Brasil e membro da Confraria de Desenvolvimento.
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